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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Poema produzido pelo aluno Jaime (2º ano)

Ainda sou escravo

Sou filho de mãe negra
Sou escravizado
Humilhado
Muitas vezes açoitado
Nasci e cresci
Sem saber o que é a liberdade.

Vejo meu povo sofrer
Vivencio torturas
Sem saber o que fazer
O tempo se passa lentamente
Mas vai ficando em mim
A vontade de viver.

Meu coração sangra
A cada amanhecer
Pois sei eu
Que meu povo irá sofrer
E meu ser se entristece
Pois sei eu
Que mais um de nós
Irá morrer.

Passou-se o tempo
E eu com ele
Tenho mulher e filhos
Que sofrem também comigo
O tempo levou
A minha juventude
Não a minha dignidade
Ainda sou escravo
Da mais pura maldade.

Estou morrendo
Meus filhos choram
Ao meu lado
Minha mulher já perdi
Longe das correntes
Nunca vivi
Essa liberdade
Não a conheci.

Liberdade, liberdade
Só vou ter
Depois que morrer.

Jaime

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