Ainda sou escravo
Sou filho de mãe negra
Sou escravizado
Humilhado
Muitas vezes açoitado
Nasci e cresci
Sem saber o que é a liberdade.
Vejo meu povo sofrer
Vivencio torturas
Sem saber o que fazer
O tempo se passa lentamente
Mas vai ficando em mim
A vontade de viver.
Meu coração sangra
A cada amanhecer
Pois sei eu
Que meu povo irá sofrer
E meu ser se entristece
Pois sei eu
Que mais um de nós
Irá morrer.
Passou-se o tempo
E eu com ele
Tenho mulher e filhos
Que sofrem também comigo
O tempo levou
A minha juventude
Não a minha dignidade
Ainda sou escravo
Da mais pura maldade.
Estou morrendo
Meus filhos choram
Ao meu lado
Minha mulher já perdi
Longe das correntes
Nunca vivi
Essa liberdade
Não a conheci.
Liberdade, liberdade
Só vou ter
Depois que morrer.
Jaime
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